Como qualquer criança sempre gostei de brincar, pular, cantar, rir e estar com amiguinhos, mas sobretudo era muito bom ficar sentada no chão do meu quarto copiando todos os desenhos de que gostava. Adorava sentar-me ao lado de um vizinho para ver surgir de seus riscos lindos desenhos. Nem sempre ele usava referência... era como se o lápis pudesse ver o que havia em sua mente. Isso me fascinava. Ficava encantada, e ainda fico, ao ver pessoas desenhando....nos trens, metrôs e pracinhas. Durante o período escolar aguardava ansiosa pelas aulas de artes. Receber, com o material novo, os lápis de cor, canetinhas e giz de cera era um momento único. Os anos se passaram e o interesse pelo desenho ficou adormecido, mas sempre ficava atenta quando o assunto surgia. Quando adulta decidi retomar essa paixão e, após indicação de uma grande amiga, fiz minha matrícula na Oficina Cultural Alfredo Volpi para o curso de Iniciação ao Desenho e não parei mais. Logo me formei em Artes Visuais. Com o término da faculdade abri mão das técnicas que nela conheci optando por seguir apenas com o desenho. Hoje percebo que em cada traço que faço fica um pouco de mim, da minha história e da maneira como vejo o mundo, seja no traçado duro e cinza dos dias nublados e frios, seja no traçado leve e de tons pastéis dos dias de paz ou ainda nas cores vibrantes que me exige os dias mais ensolarados.

domingo, 13 de julho de 2014

Revendo trabalhos esquecidos...

Segue um texto para tirar a poeira aqui do blog.
 
 

Um tempo atrás estava no blog desenhos de observação que participo e meio que sem querer acabei olhando todos os meus desenhos postados.
 
 
Tive uma agradável surpresa: evoluí. (Darwin tinha razão: evolução da espécie...rs,rs,rs).

Talvez não tanto quanto gostaria, mas evoluí.

Revi traços lindos que consegui fazer e lembrei de momentos em que me senti em estado de êxtase enquanto desenhava. É como se eu estivesse em outro mundo . Já ouviram falar do livro: O Pequeno Príncipe? É igualzinho. Só existem o lápis, o papel e eu. É uma das melhores sensações que sinto quando alcanço esse estado.

Resolvi fazer a linha Crítica de Arte..rs analisando todos os registros e pontuando o que preciso melhorar e o que já melhorei. Legal ver a evolução e irritante observar que continuo cometendo os mesmos erros.
 
Percebi que meu traço sempre foi mais delicado e objetivo. O sombreado, uma das características mais marcantes nos meus desenhos, sempre tem um degradê agradável. Já o escorço...ah, escorço! Difícil fazer os meus olhos enxergarem o que realmente está na minha frente. Pudera fosse como o pintor italiano renascentista, Caravaggio, considerado um mestre nesta técnica.
 
Outro ponto que observei é que quase não tenho desenhos coloridos. E me recordo que  uma tentativa frustrada de trabalhar com cores me fez (e ainda me faz) correr como Usain Bolt (corredor jamaicano) para o grafite..rs Covarde, eu?! Imagina....rs
 

Considero um ponto negativo não ter experimentado outros papéis além do velho e bom sulfite, canson para desenho e kraft do meu sketchbook. Não por serem papéis simples, pois tem muita gente boa fazendo “horrores" com eles, mas porque poderia ter explorado novas possibilidades. Papéis influenciam muito o resultado final.

Também quero destacar que de uma forma geral os desenhos que posto nos blogs sempre estão acompanhados por um texto referente a algum acontecimento que pode ter influenciado na realização do trabalho. Embora o mesmo não ocorra nas pastas, consigo lembrar nitidamente do dia em que foram desenhados. Lembranças são evocadas quando os revejo.

Vi muito de mim nos desenhos: o modo como penso, como sinto as coisas, como vejo, como solucionei algum problema, como mudei, enfim...

Rever os desenhos foi inspirador e senti uma vontade enorme de me jogar com tudo no ateliê e ficar praticando. Claro, acompanhada por vinho gelado e muito chocolate branco \o/.   (me desculpem os enólogos, mas o vinho é meu e tomo do jeito que eu quiser..rs)


5 comentários:

  1. Silvia, que registro rico! É mesmo revigorante quando passamos o olho por trechos da nossa "história artística". Nos faz enxergar que estamos indo pra algum lugar de verdade, uma percepção que não acontece da mesma maneira observando as coisas um dia após o outro. Só quando pegamos o material antigo e avaliamos conseguimos ver essa evolução.

    E tão importante quanto ver a evolução, é poder ver onde ainda estamos pecando, nos levando a perceber em quais pontos precisamos dedicar um pouco mais do nosso tempo de estudos. É por isso que é muito bom manter o hábito dos sketchbooks! ^^

    Assim como você, há alguns meses andei revisitando meus materiais, e achei coisas de um tempo muito, muito distante no qual eu nem sonhava em chegar onde estou hoje (profissionalmente e artisticamente). Em um determinado momento dessa lembrança, cheguei a invejar a Joyce do passado, que sem muita autocrítica ousava muito mais em certos aspectos do que a Joyce de hoje. Ter certo conhecimento técnico e um olhar mais apurado as vezes acaba me bloqueando de fazer experimentos, uma censura que eu não me empunha tempos atrás. Engraçado isso, né?

    Adorei ver esse post e bem vinda de volta! :D

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    1. Joyce \o/
      Realmente é um exercício revigorante. Me arrependo amargamente de não ter guardado os desenhos que fiz até meus 12 anos. Sim, a burra aqui jogou tudo fora quando entrou na adolescência. Porque? Burrice. Única explicação.

      Comprei um sketchbook depois de descobrir seu significado e importância. Não saio mais de casa sem ele. É realmente maravilhoso fazer registros e depois de algum tempo rever tudo.

      Sobre a autocrítica eu penso que ficamos assim porque crescemos e ficamos responsáveis. Logo, nos questionamos sobre qualquer coisa na vida: isso é bom?; e se eu fizer isso ou aquilo?; talvez, isso não seja bom; melhor não arriscar; ...... E também tem o PÉSSIMO HÁBITO DA SOCIEDADE em colocar como regra absoluta que só temos que acertar. Errar é errado. Acho que isso também ajuda muito a nos bloquearmos.

      bjs e obrigada por comentar

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  2. Silvia, que bacana essa revisão de material!
    Assim como você e a Joyce, eu tenho meus rabiscos guardados e, vez ou outra, pego para consultar. Perceber a melhora no trabalho é uma felicidade muito grande, de esforço compensado, resultado de estudo, etc.

    Por mais que nos consideremos melhores do que éramos há alguns anos atrás, não podemos jamais nos acomodar. Se melhoramos de lá pra cá, imagina o quanto ainda podemos melhorar daqui pra frente! Essa busca de superação deve ser mantida todos os dias, por mais adversas que as circunstâncias pareçam. =D

    Gostei muito de você ter compartilhado com a gente esse momento de autocrítica. Acredito que isso nos aproxima ainda mais de pessoas com as mesmas ambições nossas. Isso é muito lindo! (*-*)

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    1. Nane \o/

      Concordo com você sobre mantermos a busca da superação.

      beijinhos e obrigada por comentar

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